segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Conheça Karol Conká

Entrevista e fotos por: Luciana Faria
Ela é nascida e criada na cidade “zero grau” a.k.a Curitiba, também apelidada carinhosamente como CWBeats. Aos 24 anos, com uma levada um tanto “marrenta”,
mas não adepta de temas feministas, vem cativando e conquistando o público com suas letras pessoais sobre cotidiano, conquistas, flertes, a cena curitibana e até algumas desavenças – tudo com um estilo bem próprio. Na última semana, estive em Curitiba e pude conhecer, conversar e fazer uma sessão de fotos dela no Largo da Ordem, lugar onde a galera se reúne pra tomar uma cerveja e trocar ideias.
Com vocês, Karoline dos Santos Oliveira: A MC Karol, Conká

NOIZ :: De onde surgiu seu interesse pelo hip hop e como você começou a rimar?
K: Desde pequena eu já escrevia. Aí um dia no meu colégio teve um concurso de Artes, eu resolvi participar, e era a única menina que tava na categoria musical, que no caso foi RAP. Eu fiz, ganhei e levei o prêmio pra minha turma. Daí pra frente, fiquei sabendo que havia uma cena curitibana de hip hop, comecei a me envolver e fui me apresentando pra galera. Lembro também que sempre fui muito influenciada pelo grupo Fugees, que marcou todo esse meu começo. Quando ouvi o grupo pela primeira vez, e em especial a Lauryn Hill que sempre foi “a” influência, comecei a escrever e continuo até hoje.
NOIZ :: Teve alguém em Curitiba que te encorajou e incentivou de uma forma mais marcante?
K: Com 16 anos eu comecei a ir nas festas, não conhecia ninguém, ía sozinha mesmo. Aí eu chegava e me apresentava direto pras pessoas que ou estavam no palco se apresentando ou pra quem estava organizando a festa. Só que eles não davam muito crédito, nem se importavam. Então, uma vez no colégio estadual eu queria promover um evento de rap, e o diretor me disse que ia falar com um dos garotos responsáveis pela “cena” na época, que é o Mc Cipó , do grupo Consciência Suburbana. Ele ouviu meu som, curtiu e me chamou pra abrir um show do GOG… foi a primeira vez que eu subi num palco. Foi muito legal. E desde então eu não parei mais.
NOIZ :: E você ficou muito nervosa ao subir no palco nessa primeira vez? Você já tinha algum som pronto e gravado?
K: Fiquei! Tão nervosa que até pisei num cabo, desligando o microfone. Só percebi quando fui rimar e a voz não saía (risos). Eu nunca tinha gravado na minha vida, e rimei numa base gringa.

NOIZ :: E quem são suas maiores influências? Dentro e fora do Rap.
K: Milton Nascimento, Djavan, Adriana Calcanhoto, Jorge Ben, Bob Marley, Vanessa da Mata, Macy Gray… gosto muito de Amy Winehouse. No rap: MV Bill – na época que comecei eu ouvia muito, Nega Gizza, Doctors Mc’s… Ndee Naldinho, eu também ouvia bastante. Racionais, Dina Di. E gosto do rap mais “protesto”, militante mesmo.
NOIZ :: E isso também se reflete nas suas letras ou elas são mais “pessoais?”
K: Não, minhas letras são mais pessoais. Como eu tenho muitas influências, eu apelidei isso de uma “salada de sentimentos”, tem pra todos os gostos (risos).
NOIZ :: O que já foi lançado oficialmente de trabalho teu?
K: Bom, um ano depois daquela apresentação que eu falei, abrindo o show do GOG, eu conheci o MC Bigue, que me apresentou pro MC Cadelis e o Cilho – este, além de rimar, também produzia nossas bases. Nós criamos um quarteto, o grupo Agamenon. Na sequência, nós fechamos uma parceria com o DJ Jeff Bass, e lançamos uma mixtape, com 7 músicas. E era num estilo mais MPB. Depois comecei a carreira solo, e o primeiro som que eu gravei e lancei foi a “Me Garanto”, na sequência, “Marias”, “Boa Festa” e tem os outros sons que são “Melhor que se faz” e “Não há impossibilidades.”
NOIZ :: Conta pra gente como foi a sua participação na Upground Beats.
K: Eu fiz parte da Upground por 2 anos, que é um selo e lançou duas mixtapes. Foi numa parceria em que participaram Cadelis, Nairobi, Mike Fort, São Nunca, Guerra Santa… junto com Nel (Sentimentum).

NOIZ :: E os projetos atuais? No que você está trabalhando agora e no que pretende investir?
K: Agora tô trabalhando no meu EP, que ainda não tem uma data prevista de lançamento. Vou participar da mixtape que o Dario está produzindo, gravada na Track Cheio [produtora e selo de rap independente de CWB). O nome do som é “Puro Flerte” e sai no ano que vem. Tem também minha participação na mixtape da Sallve em uma música. E mais uma produzida pelo Nave, chamada “Passo a Passo.”
NOIZ :: Quem são os produtores do seu EP?
K: Como eu disse, não tenho uma data certa pra lançar o EP, e também não fechei com os produtores. Mas estou disposta a ouvir material que me enviarem, claro! Tô inclusive nesse processo de procurar e escolher batidas que eu me identifique.
NOIZ :: E você pretende se dedicar só ao ‘rappin’ e as rimas ou tem vontade de cantar, estudar música também? Até mesmo pro caso de cantar seus próprios refrões…
K: Me dedicar pro lado da música também, com certeza! Eu sempre gostei de cantar, mas nunca soube. Tenho uma amiga, a Michele Mara, professora de canto, que me dá todo esse auxílio mais “musical”, como quando eu crio um refrão. Mas pretendo estudar, sim!
NOIZ :: Sobre “CWBeats”: uma coisa que até então é nítida e transparece pra quem é de fora, é que vocês são muito unidos, que o público é bem ativo e informado, que um impulsiona o trabalho de outro, seja com dicas ou críticas construtivas. Você concorda com tudo isso?
K: É, aqui em Curitiba o público em geral também é bem critico. Em questão de parcerias, acho que rola sim. Tanto que até hoje eu já tive muitos “empurrões” de amigos, como a Drica e o Nave, que, depois que lancei a “Me Garanto”, me deram todo apoio. Até então desconhecia muita coisa, até em termos de divulgação etc. As festas também são bem organizadas e divulgadas, temos muitos talentos e acredito que Curitiba só tem a crescer.

NOIZ :: Já que você citou esses muitos talentos em CWB. Quem são suas principais apostas locais?
K: Savave, Nairobi, Bigue, Cadelis, com seus poemas ricos. Cabes, Nave… Laudz então! Garoto que chegou agora e com certeza no ano que vem vai ter deslanchado ainda mais.
NOIZ :: E com quem você tem vontade de trabalhar?
K: Produzindo: Dj Cia, KL Jay, Renan Samam, Gurila Mangani – gosto muito deles. Flora Matos, Rincón Sapiência, Rael da Rima… fora os sonhos né: Timbaland, Lil John, M.I.A, Kanye West… (risos)
NOIZ :: Sobre ser MC e mulher: Você já se sentiu solitária por ainda termos poucas garotas rimando pra valer? Porque ainda hoje existem poucas MC’s? Em questões de trocar ideias, experiências etc… por mais que tenham muitos MC’s homens dispostos a ajudar, existe sim uma sensibilidade diferente, tato ao lidar com certos assuntos.
K: Já me senti bem sozinha. De querer conversar sobre versos e técnica, que seja… mas hoje em dia até já me acostumei (risos). Eu acredito que um dos principais motivos de
ainda hoje termos poucas MC’s, é por uma falta de coragem, alguém pra impulsioná-las a mostrar suas rimas, suas histórias e pensamentos. Antes eu via algumas meninas rimando e
pensava “nossa que feio”, de tão masculinizadas que eram. E elas nem eram ruins. Era mais uma questão de aprimorar e criar um estilo próprio mesmo.

NOIZ :: E o que você acha das MC’s mais “feministas” que direcionam suas letras ora pra atacar o lado masculino, ora reinvindicando apenas direitos que talvez hoje em dia nem estejam sendo tão negados? Acredita que o machismo no Hip Hop ainda é uma coisa explícita e tão desconfortável?
K: Acho totalmente chato e desnecessário. Pra mim, o machismo já está quase que completamente extinto no rap. Tanto que há muitos caras que ajudam muito. Nas minhas músicas não tenho nada de feminista. É uma coisa meio que de quem não tem assunto. O que mais admiro é a originalidade. Já percebeu o tanto de meninas que copiam o flow de vários caras? E esse também é um dos motivos pelo qual tem tantas MC’s escondidas por aí. Acabam caindo na mesmice e passam despercebidas.
NOIZ :: Sobre se destacar como MC: você foi indicada ao Hutuz na categoria “Melhor Demo Feminino” em 2008, com o seu single “Me Garanto.” Esse som, até onde sei, gerou comentários e até uma certa polêmica. O que você pode nos falar sobre essa letra? Ela foi destinada a uma ou mais pessoas?
K: Sim, ela foi destinada a uma única pessoa. Foi num momento bem desgastante da minha vida, que todo mundo tem, claro. Como essa pessoa tava bem longe, eu não podia falar “ao vivo e a cores”. E eu tive a ideia de pôr tudo isso pra fora em forma de som, como várias pessoas já fizeram, até porque eu sabia que ela ia ouvir. E o sentimento é bem esse mesmo, de “eu me garanto”. E muita gente se identificou com o som, com a letra toda em si, pois todos nós passamos por momentos como esse, e cada um põe pra fora de um jeito diferente. Acredito que essa identificação veio também porque em todo momento eu fui muito sincera em cada linha que escrevi.

NOIZ :: Bom, pra finalizar: muito prazer e obrigada pela entrevista Karol! Deixe seu salve pros leitores do NOIZ, contato para shows, e onde a gente pode ouvir o seu som e conferir os novos trabalhos que estão por vir.
K:
 Agradeço a oportunidade de poder mostrar um pouco do meu trabalho e convido a todos para visitar meu myspace: myspace.com/mckarolconka
Contato para show: mckarolconka@gmail.com (41 8434-6375 begin_of_the_skype_highlighting              41 8434-6375      end_of_the_skype_highlighting begin_of_the_skype_highlighting              41 8434-6375      end_of_the_skype_highlighting)
Twitter: www.twitter.com/karolconka
Em breve farei uma divulgação de novos sons!
Abraço, brilho vital a todos!!

Inquérito lança disco na Livraria Suburbano Convicto

Além do lançamento na livraria do escritor Alessandro Buzo, o grupo participa de um chat na Rede TV e de um lançamento especial na loja Via Hip-Hop
São Paulo, SP – Poesias, músicas, livros, discos e todo acervo relacionado a cultura Hip-Hop. Assim é a Livraria Suburbano Convicto, que no próximo dia 13 de janeiro (quinta-feira), se transforma em palco para o lançamento do CD Mudança, do Inquérito.
Da região metropolitana de Campinas, o grupo coloca nas ruas a segunda remessa do CD, que lançando no dia 20 de novembro de 2010, esgotou o primeiro lote em apenas uma semana.
A ideia de fazer o lançamento dentro da livraria, considerada também um ponto da cultura Hip-Hop no centro da cidade de São Paulo, é deixar o artista mais próximo de seu público, como justifica Alessandro Buzo, o proprietário do espaço. “Quando um grupo lança um CD num show, muitas vezes o público não vê nem o CD, não troca ideia com o artista e na livraria isso é diferente. A junção do rap com a literatura é normal, é o foco da nossa livraria, lado a lado, tipo irmão”, pontua.
Desta união já surgiu uma parceria entre o escritor e Renan Inquérito, líder do grupo, que em 2007, participou do primeiro volume da coletânea Pelas Periferias do Brasil, que reuniu autores de todo país numa obra literária.
Para o rapper, lançar o novo disco no espaço tem tudo a ver. “O rap e a literatura caminham juntos, sobretudo a literatura marginal, que serve tanto de matéria prima para minhas letras. Sou um profundo admirador e divulgador desse movimento literário. Acho fantástico e em todo disco insiro alguma coisa”, conta.
A declaração do MC é confirmada pela música Poucas Palavras, presente no novo disco, que faz uma homenagem aos comunicadores da periferia.
Assim, o lançamento do disco Mudança abre a agenda de rap na livraria Suburbano Convicto em 2011.
No último ano, artistas como RAPadura, Central Brasileira do Flow, Emicida, Fino du Rap, entre outros, como Izzy Gordon, passaram pelo espaço para lançar os álbuns.
Inquérito em São Paulo
Após realizar o lançamento na livraria Suburbano Convicto, o grupo Inquérito participa, no dia seguinte – 14 de janeiro – de um chat no grupo de comunicação Rede TV !
O objetivo é apresentar o trabalho do grupo e promover a interação com os internautas, que podem fazer perguntas em tempo real.
No encontro, o Inquérito divulga o novo disco, MUDANÇA, que traz 20 faixas, com seis participações especiais de músicos como RAPadura, DBS, Realidade Cruel, Emicida, Cagebê e Dexter.
Para finalizar a semana, no sábado – 15 de janeiro – a partir das 14h, o Inquéritoautografa os CDs na loja Via Hip-Hop, na galeria do rap na Rua 24 de maio.
Os três eventos fazem parte do calendário de divulgação do grupo, que inicia 2011 mais próximos dos fãs, participando de encontros diferenciados, como estes.
Serviço – O lançamento na acontece na Livraria Suburbano Convicto, no dia 13 de janeiro às 19h. O espaço está localizado a rua Treze de Maio, 70, Bixiga.
Já o chat acontece no dia 14 de janeiro, ás 17h e pode ser acompanhado pelo site www.redetv.com.br.
O lançamento na loja Via Hip-Hop está marcado para as 14h do sábado, dia 15 de janeiro, na galeria do rap localizada a rua 24 de maio, no centro de São Paulo.


Shawlin 18/2/011
14beats+base mc

HIPHOP BACK TO SCHOOL 26/02/011


HIPHOP BACK TO SCHOOL 26/02

FLORA MATOS + SÃO NUNCA + KAROL CONKÁ + SIMPLESMENT + JHONY KNOX
DJ FLEM + DJ POPSON + VJ BISQUIT ....
Local: Moinho Eventos
siga: www.twitter.com/eventosgecep

"Pra Onde As Pessoas Vão" - Não Nasci pra Ensinar



Episódio 02 da série de mini vídeos sobre o novo disco de Cabes MC, "Pra Onde As Pessoas Vão". Neste segundo registro, ainda no estúdio, trecho da música "Não Nasci pra Ensinar" com produção de Cabes.

Gravação & Edição: Frederico Freire & Perna Man.

Projota - Projeção pra elas (DOWNLOAD)






01.Intro
02.Guerreira
03.Dona Lourdes
04.Muleke Doido
05.Ela Chora
06.Deixa Rolar
07.Taca Ele Fora
08.Ela Queria Ter um Cara
09.A Rezadeira


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